Em outubro, arrecadação de ICMS tem maior crescimento de 2020 11/11/2020 - 15:07

A retomada mais consistente na atividade econômica trouxe reflexos positivos para as finanças do Paraná. Em outubro, o estado registrou o maior crescimento do ano na arrecadação de ICMS em relação ao mesmo mês do ano passado: 9,1%.  O valor bruto também foi maior do ano, atingindo o mesmo patamar de janeiro (R$ 3,05 bilhões), ante R$ 2,79 bilhões de outubro/2019.

Comércio atacadista e combustíveis, setores com maior participação no bolo arrecadatório do imposto no estado, registraram altas de 18,6% e 15,7%, respectivamente, sendo os principais responsáveis pelo resultado.

O bom desempenho ajuda a reduzir o impacto das perdas de ICMS acumuladas durante o ano: de janeiro a outubro, a arrecadação caiu R$ 1,35 bilhão em relação ao mesmo período de 2019. Já em relação à LOA 2020, é R$ 1,31 bilhão menor.

A informação consta do Boletim Conjuntural elaborado pelas secretarias da Fazenda e do Planejamento e Projetos Estruturantes, divulgado nesta quarta-feira (10/11). Anteriormente publicado a cada semana, o documento passou a ser divulgado mensalmente após o número de empresas em operação atingir os patamares pré-pandemia. O objetivo é atualizar a sociedade sobre a atividade econômica e os impactos causados pela disseminação do Covid-19.

CAUTELA – Em relação a vendas, o boletim ressalta que alguns setores da economia, no entanto, não repetiram o mesmo desempenho observado em setembro. Uma possível causa é a redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300, o que diminuiu o poder de compra de boa parcela da população. Não é provável, nesse cenário, que em um prazo mais alongado a arrecadação volte para os patamares esperados antes da crise.

Embora em outubro pouco mais da metade das empresas paranaenses (51,8%) tenha fechado o mês com variação positiva nas vendas, no acumulado do ano registra-se o inverso: 55% dos estabelecimentos paranaenses apresentaram queda no faturamento em relação a 2019.

No mês passado, o bom resultado foi puxado pelo setor atacadista, no qual 57% das empresas registraram aumento nas vendas. Em seguida vieram a indústria (55%) e o varejo (52%).

Já no segmento de restaurantes a retomada mostra-se mais lenta: apenas 30% dos estabelecimentos do ramo tiveram aumento nas vendas em outubro – resultado, porém, superior aos 25% registrados em setembro. A grande maioria dos estabelecimentos do setor, porém, fechou o mês com queda: 66%.

ÁUDIO E VÍDEO COM CRESCIMENTO CONSTANTE – No tocante às vendas do comércio varejista, outubro registrou o maior crescimento do ano dentro do segmento de áudio, vídeo e eletrodomésticos – consolidando um cenário demonstrado por uma curva ascendente registrada desde maio.  O crescimento foi de 69% ante o mesmo mês de 2019 (em setembro foram 55%; em agosto, 50%; em julho e junho, 37%, e em maio, 9%).

Outros seis segmentos do comércio varejista analisados também fecharam com alta nas vendas em relação ao ano anterior: Materiais de Construção (26%); Hipermercados e Supermercados (18%); Cama, Mesa e Banho (9%); Cosméticos, Perfumes e Higiene Pessoal (6%), Farmácias (6%) e Informática e telefonia (3%). Alguns destes, porém, com uma nítida desaceleração nas vendas – como é o caso de farmácias e equipamentos de informática.

Por sua vez, sofreram quedas em outubro os setores de Vestuário e Acessórios (-5%), veículos novos (-7%), Calçados (-14%) e Restaurantes e Lanchonetes (-21%). Apesar da baixa, o boletim demonstra que as quedas estão mais brandas. No segmento de restaurantes e lanchonetes, a redução já chegou -67% em abril e vem diminuindo paulatinamente (-53% em julho; -40% em agosto; -30% em setembro).

No acumulado do ano, o setor ainda é o mais afetado pela crise, com queda de -34% entre janeiro e outubro, frente ao mesmo período do ano passado. Seguem também no vermelho Calçados (-30%); Vestuário (-24%); Veículo novos (-20%); Cama, Mesa e Banho (-9%); e Cosméticos e Perfumes (-5%).

Por sua vez, Informática e Telefonia (3%), Farmácias (6%), Material de Construção e Ferragens (9%), Hipermercados e Supermercados (11%) e Áudio, Vídeo e Eletrodomésticos (20%) acumulam altas nas vendas em 2020.

BOAS VENDAS DE GELADEIRAS E FOGÕES - No recorte de vendas totais por produto (que incluem as negociações de mercadorias entre empresas ao longo da cadeia produtiva e as exportações), 18 grupos registraram altas em outubro, contra 10 setores com quedas.

Os maiores crescimentos no mês foram de linha branca – geladeiras, fogões, freezers e micro-ondas (47%), colchões (43%) e fibras, fios e tecidos (35%). A linha branca vem mantendo um aumento mensal médio acima dos 30% desde julho, num possível reflexo direto do auxílio emergencial concedido pelo governo federal.

Já no acumulado do ano, as maiores altas ainda são do setor alimentício: cereais, farinhas, sementes, chás e café (33%); frutas, verduras e raízes (23%); carnes, peixes e frutos do mar (22%); seguidos de produtos químicos (21%).

As maiores baixas de 2020 concentram-se no vestuário (-23%), automóveis (-23%), caminhões e ônibus (-21%) e tratores (-15%).

 

 

9,1%
foi a variação na arrecadação de ICMS em outubro no Paraná, em relação ao mesmo mês de 2019.  

-R$ 1,3 bi
é a queda de ICMS no acumulado do ano, em relação arrecadado no mesmo período de 2019   

69%
é o crescimento na venda de equipamentos de áudio, vídeo e eletrodomésticos em outubro, na comparação com mesmo período de 2019  

-34%
é a queda acumulada este ano nas vendas do setor de bares e restaurantes, na comparação com o ano passado  

11%
é o crescimento nas vendas acumuladas de supermercados paranaenses entre janeiro e outubro de 2020, na comparação com mesmo período de 2019  

 

 

Indústria de alimentos e comércio varejista mantêm crescimento sustentado na emissão de NFs

Em relação ao valor médio das emissões de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), duas das quatro atividades analisadas no Estado do Paraná tiveram aumento em outubro, no comparativo com o mês anterior: indústria de alimentos (1,7%) e comércio varejista (5,8%).  Já a indústria de transformação, excluída a produção alimentícia, e o comércio atacadista anotaram quedas de -0,8% e -6,0%, respectivamente. A considerável redução observada no comércio atacadista tem relação com o segmento de combustíveis.

É o quinto mês seguido de alta na indústria de alimentos e no comércio varejista, nesse quesito.

REGIÕES – Assim como o Estado, a Macrorregião Leste, polarizada pela capital paranaense, apresentou movimentos ascendentes do comércio varejista e da indústria de alimentos, com altas de 6,5% e 5,6%, respectivamente, na comparação com setembro. Por outro lado, o comércio atacadista e as outras atividades industriais contabilizaram retrações de -2,0% e -1,1%, respectivamente.

Já na macrorregião Noroeste (região de Maringá e Umuarama), o comércio varejista foi a atividade com maior crescimento (4,4%) em outubro. No outro extremo, o comércio atacadista recuou-4,4%, no confronto com setembro. Já a indústria de alimentos e as demais atividades manufatureiras registraram variações de -1,1% e 1,6%, respectivamente.

Interrompendo uma vigorosa trajetória de crescimento, a emissão diária de NF-e da indústria de transformação da Macrorregião Norte, declinou 3,7% em outubro. Acompanhando o setor, o comércio atacadista e a indústria alimentícia apresentaram variações de, respectivamente, -12,9% e -5,1%, sendo exceção o comércio varejista, com alta de 4,8%.

E na macrorregião Oeste, o comércio atacadista foi a única atividade que registrou decréscimo (-11,2%) em outubro, contrapondo-se aos aumentos de 5,8% do varejo, 4,4% da indústria de alimentos e 3,0% dos demais segmentos manufatureiros, na comparação com setembro.