A arrecadação de ICMS dos estados brasileiros chegou a um ponto de inflexão após quatro anos de crescimento excepcional. Análise técnica da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) do Paraná revela que a Selic mantida em 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006, está desacelerando as receitas estaduais por meio do encarecimento do crédito, da redução do consumo de bens duráveis e da menor circulação de mercadorias.

Dados até agosto de 2025 mostram desaceleração em todas as regiões do país, com estados industrializados sendo os mais afetados. O estudo indica que 15 das 27 unidades federativas já revisaram suas projeções de arrecadação para baixo em 2025, e 17 estados reduziram expectativas para 2026.

O quadriênio 2021 a 2024 combinou recuperação pós-pandemia, inflação elevada, expansão do crédito e commodities em alta, condições raramente observadas simultaneamente. Com a Selic restritiva, setores como automotivo, construção civil e comércio de bens duráveis apresentam desempenho fraco, limitando a base tributável do ICMS. Em setembro de 2025, a inadimplência bateu recorde histórico, agravando o cenário.

O caso do Paraná é emblemático: mesmo com superávit de R$ 6,4 bilhões em 2024 e nota Capag A+ pelo segundo ano consecutivo, o estado registra desaceleração. A análise demonstra que este é um fenômeno macroeconômico sistêmico, não um problema de gestão local. O verdadeiro desafio para 2026 será atravessar o período de menor dinamismo preservando investimentos em infraestrutura, educação e saúde, pilares do crescimento de longo prazo.

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ECONOMIA EM DIA: Esta análise faz parte do boletim Economia em Dia, desenvolvido pela Assessoria Técnica de Economia (ATE) da Secretaria de Estado da Fazenda do Paraná.

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