A nova edição do Economia em Dia, boletim produzido pela Assessoria Técnica e Economia da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), destaca a situação resiliência da economia brasileira neste início de ano, impulsionada pelo forte desempenho do mercado de trabalho e do setor agropecuário – áreas em que o Paraná tem se sobressaído.

O texto assinado pela assessora técnica Luana Falcão aponta que, mesmo com os desafios inflacionários e a manutenção de juros em patamar restritivo, a economia nacional tem demonstrado sinais de robustez. Prova disso é que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou um crescimento de 1,3% no primeiro trimestre de 2025.

O agronegócio, em particular, teve um desempenho notável, com um crescimento de 12,2%, impulsionado por uma safra recorde de grãos, especialmente a soja. O mercado de trabalho também apresentou números positivos, com a criação de 257.528 empregos formais em abril, o melhor resultado para o mês desde o início da nova série histórica.

Esse cenário é mais do que positivo para o Paraná, que tem o agro como principal pilar de sua economia. Além das boas perspectivas de safra, o Estado adotou políticas inovadoras, como seu “Plano Safra Estadual”, que prevê R$ 1 bilhão em créditos de ICMS ao Paraná FIDC para financiar aviários, pocilgas, produção leiteira e agroindústrias justamente para potencializar a produção no setor.

O consumo interno no estado também se mostrou vigoroso, refletido no desempenho do comércio varejista, e a atração de investimentos em diversos setores, incluindo indústria de alta tecnologia e educação, indicam perspectivas positivas para o futuro. “No acumulado de 12 meses, o varejo ampliado paranaense cresceu 5,3% (ante 3,0% no país)”, escreve Falcão. “Esse desempenho superior à média nacional reflete, em parte, a renda gerada pelo agronegócio e a recuperação do mercado de trabalho local”.

ATENÇÃO NECESSÁRIA – Apesar do cenário positivo, o boletim também destaca desafios como a inflação e a política monetária. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 14,75% ao ano, sinalizando cautela e preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação. No entanto, a combinação de um mercado de trabalho aquecido, um setor agropecuário forte e políticas estaduais inovadoras tem impulsionado a economia brasileira e, em particular, o estado do Paraná, que se destaca como um exemplo de sucesso regional.

Por isso mesmo, em sua análise, a assessora técnica destaca a necessidade de cautela diante desses sinais mistos. “A manutenção de uma postura vigilante, mesmo diante de alguns sinais de arrefecimento inflacionário, indica uma preocupação persistente com a desancoragem das expectativas de inflação ou com a resistência da inflação de serviços, um componente historicamente mais inercial”, conclui a especialista.

COMO ACESSAR –

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