A Secretaria da Fazenda, por meio da Diretoria do Tesouro Estadual, segue avançando na estruturação da parceria com a BlackRock, maior gestora de investimentos do mundo, para viabilizar a criação do Fundo Estratégico do Paraná (FEPR), o futuro fundo soberano do Estado. A iniciativa busca fortalecer o planejamento financeiro de longo prazo, ampliar a capacidade de atração de investimentos e consolidar um novo modelo de desenvolvimento econômico.

O Fundo Soberano será instituído por meio de projeto de lei que está em fase de finalização e será encaminhado à Assembleia Legislativa, permitindo a formação de um instrumento permanente de investimento, sem aumento de carga tributária. O fundo se apoiará em três eixos principais: Desenvolvimento Socioeconômico, Sustentabilidade Fiscal e Enfrentamento de Desastres.

Segundo o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, o objetivo é criar uma estratégia de Estado que ultrapasse conjunturas econômicas ou mudanças de governo. “Queremos promover um ciclo contínuo de crescimento econômico, direcionando recursos para setores de alto valor agregado, inovação e cadeias produtivas estratégicas. Ao mesmo tempo, o Fundo garante segurança fiscal mesmo em momentos de instabilidade econômica”, destaca.

A estrutura do fundo também busca compensar os efeitos da Reforma Tributária, que, a partir de 2028, reduzirá a autonomia dos Estados na concessão de benefícios fiscais. O FEPR contará com recursos provenientes do Fundo de Compensação da União, além de receitas oriundas de aplicações financeiras do Tesouro, operações de crédito, royalties, venda de ativos e outros instrumentos previstos em lei.

“Com o fundo, o Estado poderá operar como investidor âncora, mobilizando capital nacional e internacional e oferecendo condições competitivas de financiamento”, afirma a diretora do Tesouro Estadual, Carin Deda.

ALINHAMENTO – Para garantir a aderência aos padrões de grandes investidores institucionais, o Paraná vem estudando diretrizes relacionadas a critérios ESG, previsibilidade regulatória e mecanismos de governança e transparência. Paralelamente, o Estado desenvolve um pipeline de projetos estratégicos, com foco em infraestrutura, energia, tecnologia e cadeias produtivas vinculadas ao agronegócio.

A estratégia envolve articulação com três frentes principais: Governo e órgãos reguladores, desenvolvedores e representantes da indústria, além de bancos e instituições financeiras. O objetivo é criar um ambiente de negócios estável, competitivo e alinhado às exigências de fundos internacionais.